sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amor... 18 de Abril de 1980

Amor que foi meu sofrimento.
Amor errado.
Amor distante.
Amor sem saída.
Amor que se esconde na minha mágoa de um amor não correspondido.
Meu amor é doído. Sem partida, solto no ar.
Sonhos que não passaram de imaginação, e lágrimas que percorreram o chão, sem ser consoladas.
Amor pesado.
Amor sem vida. Voz parada e sem ação. Paixão rasgada e sem razão.
Amor sofrido.
Amor preso e sufocado. Amor mentira.
Cansei de interpretar este papel de garota feliz. De risos estampados, de sonhos maravilhosos, de imaginação fértil.
E eu errei, errei muito em ficar na espera pensando que algum dia eu conseguiria. Eu esqueci de ver a realidade. Esqueci de ver o meu interior escangalhado por uma vida de perdas e tristezas. Mas quando isso acaba, a luz da felicidade se apaga e a sua vida se torna inversa.
O meu mundo caiu. Mas agora que nosso relacionamento acabou, e o espetáculo terminou, tenho o meu papel que não é nenhum sonho escrito.
Sou apenas eu, na escuridão do presente. Sofrendo o passado e com medo do futuro.
A cada dia se torna mais dificil de interpretar justo eu, em quem nem eu mesma consigo representar a vida para alguém.
Eu que dei carinho e fidelidade, e em troca receber somente o triste desprezo.


Retirado do diário de minha tia: 18 de abril de 1980 

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